Engraçado como a nossa relação com a morte vai mudando ao longo da vida.
Quando somos crianças morremos de rir, morremos de tanto brincar e morremos de comer besteiras.
O tempo vai passando e quando nos aproximamos da adolescência morremos por um amor não correspondido, morremos para ir a uma festa em que todos estarão e morremos por tantas outras bobagens das quais damos risada hoje.
Um tempo depois – quando somos jovens demais para muitas coisas e velhos demais para tantas outras – começamos a ouvir que o tio de uma amiga morreu, o avô de outra também. Mas com a gente essas coisas parecem não acontecer. Um doce engano.
De uma hora para outra é a nossa vez de encarar que a morte está tão presente a nossa volta quanto a vida.
E quando percebemos isso, já é tarde. Tarde para uma última conversa, um último abraço, um último beijo.
Eu particularmente prefiro acreditar que a morte não é o fim da vida. Prefiro encará-la apenas como o fim de uma etapa. Pode ser apenas um consolo, mas acalma o coração imaginar que no futuro vamos reencontrar estas pessoas que já não estão mais aqui.
Não chore a morte
A morte não existe
Não chore o fim
Ele ainda não chegou
Ele ainda não chegou
Também não chore a falta
Chore apenas a saudade
Esta não há como curar
Esta não há como curar
Mas não esqueça de sorrir
Sorrir às lembranças
Elas não morrem nunca
Sorrir às lembranças
Elas não morrem nunca
* Hoje, dia 25 de junho, seria aniversário do meu pai que faleceu no dia 25 de fevereiro de 2005.