quinta-feira, 25 de junho de 2009

Estive pensando...


Engraçado como a nossa relação com a morte vai mudando ao longo da vida.

Quando somos crianças morremos de rir, morremos de tanto brincar e morremos de comer besteiras.

O tempo vai passando e quando nos aproximamos da adolescência morremos por um amor não correspondido, morremos para ir a uma festa em que todos estarão e morremos por tantas outras bobagens das quais damos risada hoje.

Um tempo depois – quando somos jovens demais para muitas coisas e velhos demais para tantas outras – começamos a ouvir que o tio de uma amiga morreu, o avô de outra também. Mas com a gente essas coisas parecem não acontecer. Um doce engano.

De uma hora para outra é a nossa vez de encarar que a morte está tão presente a nossa volta quanto a vida.

E quando percebemos isso, já é tarde. Tarde para uma última conversa, um último abraço, um último beijo.

Eu particularmente prefiro acreditar que a morte não é o fim da vida. Prefiro encará-la apenas como o fim de uma etapa. Pode ser apenas um consolo, mas acalma o coração imaginar que no futuro vamos reencontrar estas pessoas que já não estão mais aqui.



Não chore a morte
A morte não existe
Não chore o fim
Ele ainda não chegou
Também não chore a falta
Chore apenas a saudade
Esta não há como curar
Mas não esqueça de sorrir
Sorrir às lembranças
Elas não morrem nunca



* Hoje, dia 25 de junho, seria aniversário do meu pai que faleceu no dia 25 de fevereiro de 2005.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Pra Começar

Em um país em que a boa educação poderia ser a solução de muitos problemas sociais, instalou-se a apologia à não necessidade dos estudos.

Acabo de me formar jornalista e meu diploma já vale o mesmo que o jornal de ontem, absolutamente nada.

Nem mesmo estou com meu certificado nas mãos e ele já perdeu seu valor antes mesmo de eu poder vê-lo com a satisfação de ter concluído os quatro anos do curso de jornalismo. E pior que isso, alguns estão comemorando!

Incrivelmente temos um ministro que votou contra a obrigatoriedade do diploma de jornalista e ainda fez comparações do tipo "não é porque um chef de cozinha faz curso que toda comida do país precisa ser feita por um". A revista Veja não só concorda com o ministro como também diz que sua frase foi "brilhante".

Agora qualquer cidadão pode fazer o trabalho do jornalista. E acreditam que isso é liberdade. Será que eu jornalista, posso também escolher atuar como tantos outros profissionais sem precisar me aperfeiçoar para isso? Nada mais justo.

Acredito fielmente que cada pessoa tem vocações diferentes das outras. Acredito que todo mundo é capaz de exercer inúmeras funções brilhantemente. Mas não acredito que abolir a obrigatoriedade de um diploma possa trazer ganhos para a sociedade, mesmo que muitos "não diplomados" tenham habilidade para trabalhar como jornalista.

Ter um diploma é mais que receber um canudo ao final de uma faculdade. Ter um diploma significa dedicação, busca pelo conhecimento, busca pelo aperfeiçoamento. E tenho certeza que o incentivo aos estudos, seria sim, um grande ganho para o Brasil.

Com a decisão do Supremo Tribunal Federal, dada no último dia 17 de junho, eu perdi um pouco mais das esperanças que ainda tinha no Brasil!

Enfim, sejam bem vindos ao blog que acabo de iniciar. Sou Marisa de Oliveira, jornalista por formação. Este é o blog Peripécias Literárias, e aqui vou postar textos com muitas das idéias que passam pela minha cabeça diariamente.